Juliana Marques
Um dos destaques da 1ª Olimpíada de Saúde e Meio Ambiente, o Projeto Cambucás da Escola Euclides da Cunha, no Catagalo, Rio de Janeiro rendeu mais que bons frutos para o meio ambiente. Além de convocar estudantes para a preservação da reserva, o trabalho incentivou os jovens a seguirem carreiras em áreas como Biologia e Engenharia Agrícola e Ambiental.
Um desses estudantes foi Victor Ortega Medeiros Zanon da Silva – hoje engenheiro agrônomo na Fiocruz. Premiado em 2003, Victor participou do projeto quando estava no 1º ano do ensino médio e logo descobriu que tinha vocação para ir além do trabalho escolar: “No Projeto Cambucás tive a oportunidade de fazer coleta de solo, identificar plantas e plantar espécies nativas, preservar de recursos hídricos e criar campanhas de conscientização. Isso tudo me deu uma boa base para encontrar a carreira certa”, relembrou Victor.
O jovem gostou tanto do projeto que participou de todas as etapas e ia ao parque mesmo quando não estava no horário escolar: “Depois que o projeto foi premiado pela Olimpíada e eu conheci a Fiocruz, comecei a pesquisar carreiras relacionadas com tudo que aprendi e pude ver de perto. Foi aí que descobri o curso de engenharia agronômica. E quando entrei na faculdade coloquei como meta conseguir um emprego na Fundação”.
Victor é o responsável por uma equipe de 200 pessoas na Fiocruz (Foto: Juliana Marques) |
E foi como Victor sonhou. Após a conclusão do curso no ano passado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) surgiu uma oportunidade de trabalho na Diretoria de Administração do Campus (DIRAC), na Fiocruz em Manguinhos. Hoje, com 25 anos, o jovem já coordena uma equipe de 200 pessoas que atuam em todos os campi da Fiocruz espalhados no Rio de Janeiro. “Trabalho com o manejo de solos, mudas e compostagem para realizar a manutenção todas as áreas verdes da instituição e atender projetos de paisagismo da maneira mais sustentável possível. Todo resíduo da jardinagem, por exemplo, é utilizado posteriormente como adubo”, explica o engenheiro.
O Projeto Cambucás existe desde 2001 na Escola Euclides da Cunha, que até hoje mobiliza professores e alunos para atividades de preservação da região do Cantagalo, município localizado no interior do Rio de Janeiro. O colégio iniciou o projeto para chamar a atenção dos alunos sobre a importância da educação ambiental e promover uma campanha de preservação da Reservas dos Cambucás na região. O local possui ampla importância hídrica e já foi foco do mosquito Aedes albopictus, um dos transmissores da febre amarela.
Segundo Victor, o curso de engenharia agrícola e ambiental é bastante amplo: há disciplinas do ciclo básico, como cálculo, física, técnicas computacionais e química; como também matérias específicas da área: botânica, zootecnia, ecologia, estudo dos solos, técnicas agrícolas e irrigação. Disciplinas de direito, marketing e administração também estão incluídas na grade. Formados nesta área podem trabalhar tanto com plantas como animais.
Com demandas de aumento da produtividade agrícola e a chegada de novas tecnologias no Brasil, profissão está hoje em destaque no mercado de trabalho. Pode-se trabalhar com controle de pragas, fitotecnia (jardinagem e paisagismo), floricultura, fitopatologia (estudo das doenças das plantas), manejo de solos, entre outras coisas. “Indico a faculdade de agronomia para todos que querem trabalhar com meio ambiente. A faculdade oferece um leque amplo, e posteriormente é possível se especializar em diversas áreas, com inúmeras possibilidades de emprego em todo o Brasil”, recomendou Victor.
Assista ao vídeo do Projeto Cambucás, produzido anualmente por alunos do Ensino Médio da Escola Euclides da Cunha: http://videolog.tv/video?258306