Juliana Marques
Uma das enfermidades infecciosas mais graves do mundo, a tuberculose é também a que contabiliza o maior número de óbitos em países desenvolvidos. Apenas no Brasil, aproximadamente 80 mil casos são notificados por ano – sendo cinco mil a estimativa de mortes decorrentes da doença. Por isso, na semana do Dia Mundial do Combate à Tuberculose – 24 de março – órgãos de saúde promovem campanhas informativas e culturais, com o objetivo de chamar a atenção para tratamentos, sintomas e curas.
No Rio de Janeiro, onde os índices são mais alarmantes, 11 mil casos são registrados por ano. Diante das estatísticas, secretários e técnicos de saúde pública estão empenhados em desenvolver novos medicamentos, além de promoverem um atendimento mais cuidadoso e eficiente, especialmente à população mais sucessível à bactéria bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosi), como moradores de rua, presidiários e portadores do vírus HIV.
O Mycobacterium tuberculosi, também conhecido como bacilo de Koch, é o vilão da tuberculose e é transmitido pelo ar (Foto: Agência Fiocruz) |
Com atividades promovidas pelo Núcleo Brasil sem Tuberculose, do Fundo Global Tuberculose Brasil, a semana de mobilização no combate à doença conta ainda com parcerias da Fiocruz e do Centro de Referência Professor Hélio Fraga. Entre as principais atividades, destacam-se a apresentação de peças teatrais e distribuição de cartilhas na Cidade de Deus; e o lançamento do programa de televisão Pé na Estrada, que será transmitido pelo Canal Saúde, emissora da Fiocruz.
Para o médico sanitarista do Ministério da Saúde Dr. Draurio Barreira, o principal objetivo das campanhas é eliminar preconceitos e alertar a população: “Há cura e tratamento para a tuberculose. O monitoramento e acompanhamento de agentes de saúde é essencial, mas é quando a população passa a conhecer os sintomas da doença que os diagnósticos se tornam mais precoces, evitando casos fatais,” afirma o médico coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT).
Segundo o médico Draurio Barreira, Rio de Janeiro e Amapá são os estados com os maiores índices de tuberculose. As menores encontram-se em Goiás e no Distrito Federal |
Visitantes aprendem sobre a história da doença na exposição itinerante “A Peste Branca”, em cartaz no campus Fiocruz Farmanguinhos, em Jacarepaguá |
Assista ao vídeo de apresentação do Programa Pé na Estrada, que está sendo concluído para ser transmitido no Canal Saúde: http://dl.dropbox.com/u/19595799/TUBERCULOSE_CLIPE.mp4
Saiba mais sobre a tuberculose - Quais são os sintomas e como se prevenir?
- A tuberculose é transmitida pelo ar. As bactérias conhecidas como bacilo de Koch são lançadas quando a pessoa doente tosse, fala ou espirra. Portanto, a contaminação não ocorre por intermédio do contato com saliva, sangue ou secreções, e tampouco com o compartilhamento de copos, pratos, roupas, toalhas e vaso sanitário.
- Os principais sintomas são: tosse (por mais de três semanas), febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço e dor no peito. Apesar de a tuberculose pulmonar ser forma mais comum, a doença também pode atingir outros órgãos.
- Para evitar a transmissão da tuberculose: cubra o nariz e a boca ao espirrar e ao tossir; mantenha a casa limpa e arejada, e caso perceba alguns dos sintomas, procure atendimento médico imediatamente.
- O Dia Mundial da Tuberculose foi lançado em 1982 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares. A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
Conheça a história da doença:
Fundo Global Tuberculose – Brasil
Fundação Oswaldo Cruz – Glossário de Doenças