Juliana Marques
Como relacionar a incidência de dengue com a ocorrência de desmatamento em uma determinada região? E como prever o surgimento de doenças após fortes chuvas ou queimadas? As respostas poderão, em breve, ser consultadas no novo portal Observatório de Clima e Saúde, lançado a partir da parceria de pesquisadores da Fiocruz com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para reunir informações meteorológicas, ambientais e epidemiológicas de todo o Brasil.
Inspirado em outros portais de monitoramento como o “Chega de Queimadas” – que monitora a ocorrência de queimadas em território brasileiro, o Observatório é uma iniciativa criada para difundir as informações sobre clima e saúde entre pesquisadores e a população de maneira mais rápida e dinâmica, com atualização em tempo real. Um dos principais destaques do projeto é sua característica colaborativa, pois o conteúdo é inserido de forma gratuita por organizações não-governamentais, instituições e qualquer cidadão interessado em divulgar dados sobre uma determinada região.
O mapa da imagem exibe, de acordo com a legenda o percentual de tratamento da água em estados brasileiros: Quanto mais clara é a cor, maior é o índice de municípios que possuem água tratada |
Há ainda a seção “Sítios Sentinelas”, onde é possível monitorar o trabalho de cientistas em localidades afetadas regularmente por eventos extremos, como por exemplo, o Rio Grande do Sul - que é atingido por secas e fortes chuvas; e a Amazônia, que todos os anos registra inúmeras enfermidades e queimadas.
Barcellos coordena ainda o Atlas Água Brasil, portal que reúne dados, documentos e indicadores sobre a qualidade da água em todo o país. No Atlas também é possível consultar dados relacionados à qualidade das águas brasileiras por intermédio de mapas virtuais. Uma das seções mais consultadas é o Glossário, com informações escritas de formas simples e acessíveis sobre doenças transmitidas pelo contato com águas contaminadas, especialmente após enchentes.