Juliana Marques
Na Holanda do século XVII, um jovem comerciante de tecidos gostava de passar suas horas vagas montando lentes com vidros curvos e observar o mundo ao seu redor. Curioso, direcionou suas lentes para gotas de chuva, de sangue, saliva e vinagre e descobriu formas antes invisíveis ao olho nu. Este holandês, Antonie Van Leeunwenhoek, foi o primeiro a observar microorganismos pululando na água e glóbulos vermelhos com seu microscópio rudimentar, e abriu um longo caminho para outros cientistas, que hoje já surpreendem ampliado o mundo pequenino em até 100 mil vezes.
A simetria e a delicadeza da pena ficam ainda mais visíveis no microscópio. (Foto: Dirceu Esdras Teixeira / Marlene Benchimol) |
Das primeiras observações de Leeunwenhoek até as evoluções dos microscópios eletrônicos, o Museu da Vida, na Fiocruz, exibe as exposições Mundo Invisível: a história da microscopia e Micrographia: Admirável mundo novo. As mostras não traçam apenas um panorama histórico dos microscópios e suas contribuições essenciais para as descobertas científicas, mas também valorizam o acervo histórico e o desenvolvimento tecnológico que permitiu as observações de novas percepções da realidade.
De acordo com a coordenadora do Museu da Vida, Luisa Massarani, as exposições foram montadas para estimular a curiosidade do público sobre o cotidiano, por meio de imagens que são invisíveis ao olho nu: “Que mundos estão bem debaixo de nosso nariz e não conseguimos ainda ver porque não temos as ferramentas que permitem isto? Na exposição é possível conhecer estas ferramentas e ainda observar este mundo invisível e curioso”, explicou Massarani, durante a abertura da exposição.
No microscópio eletrônico, os grãos de pólen revelam suas formas mais curiosas. (Foto: Monika Barth / Marlene Benchimol / Marcia Attias) |
Na exposição Micrographia, o tema principal é Robert Hook, cientista e filósofo inglês que construiu o microscópio composto com múltiplas lentes e desenhou de forma detalhada características de minúsculos seres vivos. Ao longo das duas mostras, os visitantes podem aprender como funcionam as lentes por meio de vídeos interativos, fotografias e ainda conhecer a evolução dos diferentes equipamentos, provenientes do acervo do Museu do Microscópio, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do acervo histórico da Fiocruz.
Serviço:
Mundo Invisível: a história da microscopia e Micrographia: Admirável mundo novo
Local: Sala de exposições e foyer do Museu da Vida – campus da Fiocruz (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro/RJ)
Visitação: De terça a sexta, de 9h às 16h30
Sábados, de 10h às 16h
Entrada Gratuita
Mais informações no site www.museudavida.fiocruz.br