Juliana Marques
Um grupo de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) decidiu levar o conhecimento produzido em seu laboratório da Fiocruz até os municípios no interior do estado de Tocantins de uma forma diferente: para contribuir com o aprendizado de 450 estudantes da rede pública, eles criaram o projeto “Olho Vivo no Barbeiro”, cujo principal objetivo é incentivar a produção de atividades divertidas como jogos, confecção de cartazes, pinturas, maquetes, paródias, teatro, poesias e redações. Tudo relacionado à doença de Chagas.
Os pesquisadores atuaram em cerca de 20 municípios de Tocantins, estado onde a enfermidade é considerada endêmica. Eles realizaram palestras com agentes de saúde e ofereceram aulas práticas aos professores. Porém, foi nos pequenos municípios de Aurora do Tocantins, Combinado e Lavandeira que os estudantes tiveram a chance de colocar as ideias em prática para produzirem seus projetos, tendo a chance ainda de divulgá-los para a população local. Como acontece na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, professores e alunos foram mobilizados, e como prêmio, os três melhores trabalhos foram contemplados com uma viagem ao Rio de Janeiro.
Alunos e professores recebem o reconhecimento pelo trabalho realizado em escolas do interior do Tocantins. (Foto: Catarina Macedo / IOC) |
Em entrevista ao portal do Instituto Oswaldo Cruz a pesquisadora do Laboratório de Transmissores de Leishmanioses do IOC, Teresa Cristina Monte Gonçalves, afirmou que o objetivo do projeto é difundir o conhecimento sobre a doença na região: “Com a realização deste projeto envolvemos as escolas e a população, e fechamos um ciclo com a mobilização de diversos segmentos da comunidade. Desta forma, foi possível observar como a conscientização é fundamental para a prevenção da doença de Chagas”. Segundo a pesquisadora, a meta é acompanhar a incidência da doença na região e continuar de “Olho Vivo no Barbeiro” por mais cinco anos, garantindo assim informações de qualidade para a população local e excelência no ensino de ciências e saúde nas salas de aula.
O projeto é financiado pelo Programa Estratégico de Apoio à Pesquisa em Saúde (PAPES V), uma parceria entre a Fiocruz e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Além disso, conta com a participação de pesquisadores do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, da Fiocruz Minas (Instituto de Pesquisas René Rachou), Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação do Estado do Tocantins, Secretarias Municipais de Educação e Saúde dos municípios de Aurora do Tocantins, Lavandeira e Combinado.